jueves, 13 de enero de 2011

Asma;

Sinônimo: Asma Bronquica, bronquite asmatica

A palavra asma vem do grego "asthma", que significa "sufocante", "arquejante"


A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Em indivíduos susceptíveis esta inflamação causa episódios recorrentes de tosse, chiado, aperto no peito, e dificuldade para respirar. A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios, a asma é uma doença de causa alérgica, que leva a uma constrição de brônquios e bronquíolos, de ambos pulmões, ocasionando uma dificuldade de respirar que, se não tratada com medicamentos apropriados, vai se agravando progressivamente, levando o paciente a um estado de exaustão, falta de oxigenação e morte.

Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas (inchadas), estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos. Na definição acima, temos algumas pistas importantes sobre esta doença:
 
Doença inflamatória: – significa que seu tratamento deve ser feito com um antiinflamatório. Doença crônica: – a asma não tem cura, mas pode ser controlada.  
Indivíduos susceptíveis: – nem todas as pessoas têm asma; é preciso ter uma predisposição genética que, somada a fatores ambientais, determinam a presença da doença.  
Episódios recorrentes de sintomas:- os sintomas não estão presentes o tempo todo, são as manifestações de uma piora da inflamação, esta sim presente cronicamente.  
A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos: é a inflamação que deixa as vias aéreas mais sensíveis, o que confirma o importante papel da inflamação nesta doença. Quando expostos a estímulos, as vias aéreas se tornam edemaciadas, estreitas, cheias de muco: - existem estímulos que desencadeiam as crises de asma. A presença destes estímulos, que também chamamos de desencadeadores, causa o inchaço, a presença de muco e o estreitamento das vias aéreas dificultando a passagem de ar, daí os sintomas da asma nos momentos de crise. 

A asma é responsável no Brasil como a terceira causa de internamentos dentro do Sistema Único de Saúde. Em 2007 foram registradas 273.205 internações por asma no Brasil, o que equivale a 2,41% das internações totais, só ficando atrás das pneumonias e insuficiência cardíaca congestiva e doenças renais.


SINTOMATOLOGIA
  
Tosse seca persistente - principalmente à noite;
Sibilância (chiado no peito);
Respiração mais rápida do que o normal;
Falta de ar;
Cansaço físico;
Sensação de aperto ou dor no peito;
 
Os sintomas podem começar por tosse ou chieira:
- Ao praticar exercícios;

- Ao inspirar algo que cause alergia como pó, pólen, mofo, ou pêlo de animal;
- Ao inspirar algo que irrite os pulmões, como ar frio, vírus, e fumaça de tabaco. Quando a tosse e a chieira acontecem, ocorre um ataque de asma que pode durar alguns minutos ou dias podendo ser leve, moderado ou grave, havendo a possibilidade de acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora. Pode ser fatal, por isso o diagnóstico e o tratamento da asma devem ser precoces, levando assim a uma vida saudável e ativa.

 CLASSIFICAÇÃO

De acordo com os padrões das crises e testes, a asma pode ser classificada em:
Asma intermitente; Asma persistente leve; Asma persistente moderada; Asma persistente grave.

Asma Intermitente:
  • sintomas menos de uma vez por semana;
  • crises de curta duração (leves);
  • sintomas noturnos esporádicos (não mais do que duas vezes ao mês);
  • provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Leve:
  • presença de sintomas pelo menos uma vez por semana, porém, menos de uma vez ao dia;
  • presença de sintomas noturnos mais de duas vezes ao mês,porém, menos de uma vez por semana;
  • provas de função pulmonar normal no período entre as crises.
Asma Persistente Moderada:
  • sintomas diários;
  • as crises podem afetar as atividades diárias e o sono;
  • presença de sintomas noturnos pelo menos uma vez por semana;
  • provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) >60% e < 80% do esperado.
Asma Persistente Grave:
  • sintomas diários;
  • crises freqüentes;
  • sintomas noturnos freqüentes;
  • provas de função pulmonar: pico do fluxo expiratório (PFE) ou volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF¹) > 60% do esperado.                                                                       
 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá ser completamente normal.

Existem exames complementares que podem auxiliar o médico, dentre eles estão: a radiografia do tórax, exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a espirometria que identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar. Teste de bronco provocação com substâncias pró-inflamatórias; ex: histamina, metacolina.
O asmático também poderá ter em casa um aparelho que mede o pico de fluxo de ar, importante para monitorar o curso da doença. Nas exacerbações da asma, o pico de fluxo se reduz.

TRATAMENTO
Para se tratar a asma, a pessoa deve ter certos cuidados com o ambiente, principalmente na sua casa e no trabalho, além de usar medicações e manter consultas médicas regulares. Técnicas fisioterapêuticas se mostram bastante eficientes. Os medicamentos podem ser divididos em duas classes: de alívio e de manutenção .

Broncodilatadores

Utilizados principalmente como medicações de alívio para cortar uma crise de asma.

O broncodilatador é um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse. Existem broncodilatadores chamados beta2-agonistas - uns apresentam efeito curto e outros efeito prolongado (que dura até 12h). Os de efeito curto costumam ser utilizados conforme a necessidade. Se a pessoa está bem, sem sintomas, não precisará utilizá-los. Já aqueles de efeito prolongado costumam ser utilizados continuamente, a cada 12 horas, e são indicados para casos específicos de asma. Além dos beta2-agonistas, outros broncodilatadores, como teofilinas e anticolinérgicos, podem ser usados.

Antiinflamatórios

Utilizados principalmente para evitar e prevenir crises (manutenção).

Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, sendo utilizados em quase todos os asmáticos. Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente (que têm sintomas esporádicos). Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise e outra. Os antiinflamatórios devem ser utilizados de maneira contínua (todos os dias), já que combatem a inflamação crônica da mucosa brônquica, que é o substrato para os acontecimentos subseqüentes.

Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os antileucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides.
Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas:
  • por nebulização,
  • nebulímetro ("spray" ou "bombinha"),
  • inaladores de pó seco (através de turbuhaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) –>são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação;
  • comprimido;
  • xarope.
Os médicos dão preferência ao uso das medicações por nebulização, nebulímetro ou inaladores de pó seco por serem mais eficazes e causarem menos efeitos indesejáveis.

Tratamento das crises/exacerbações

O doente asmático deve saber distinguir a medicação de manutenção da medicação a usar nas crises graves e situações de emergência. Deve ter-se em atenção que muitas vezes as embalagens podem ser iguais e que nem sempre se trata de seguir as cores, isto é, a embalagem vermelha nem sempre é para as crises e a verde nem sempre é para a manutenção; depende da marca comercial.
No tratamento dos ataques graves usam-se normalmente:
  • Corticosteróides (particularmente os de administração por via sistémica)
  • Agonistas adrenérgicos beta-2 inalados (salbutamol, terbutalina e fenoterol por exemplo)
  • Anti-colinérgicos (Brometo de Ipratrópio ou de Tiotrópio)

 LENDAS E MITOS

Desfaça-se de preconceitos e deixe de lado as crenças populares, como as de que simpatias, chás e rezas podem curar a asma. Obtenha o máximo possível de informações sobre a doença e lembre-se: a asma por enquanto é uma doença que não tem cura, mas pode ser tranqüilamente controlada.
   
O uso de corticóides inalatórios não engorda e é bastante seguro. Existem muito mais benefícios do que riscos com o uso diário dos corticóides inalatórios que promovem o controle da asma, a redução das crises e a melhor qualidade de vida.

Bombinhas não matam e não viciam. As bombinhas são apenas a forma como os medicamentos estão disponíveis. Dentro de uma bombinha podemos encontrar os corticóides, broncodilatadores ou a combinação deles. O que mata é a asma fora de controle. 

Broncodilatadores não fazem mal à saúde. O que faz mal é a asma sem controle quando então se usa broncodilatador em excesso, podendo não acontecer a melhora esperada dos sintomas. Por isso, caso não ocorra o alívio esperado dos sintomas com os broncodilatadores, procure o atendimento de emergência.  

Esforços físicos pioram a asma. A asma sem controle não permite os esforços, mas se bem controlada, não existe atividade física que não possa ser realizada. 




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