domingo, 16 de enero de 2011

Gastrite;

Sinônimos: Doença do estômago; Inflamação do estômago;

O estômago é um órgão de extrema importância para o processo de digestão dos alimentos. Nele, encontramos vários tipos de células com diferentes funções. Algumas produzem enzimas que ajudam na quebra dos alimentos e outras produzem ácido clorídrico, que é responsável pelo ambiente ácido característico desse órgão. Normalmente, há produção de um muco que reveste internamente a parede do estômago, protegendo as células da agressão pelo ácido.




A gastrite é uma inflamação bastante freqüente da mucosa do estômago, que ocorre em resposta a um agressor. Pode ser aguda, de aparecimento súbito e relacionada com algum evento recente, como o uso de um medicamento, ou crônica, quando o processo inflamatório está associado a uma agressão constante, como a presença da bactéria Helicobacter pylori. Diferentemente da úlcera, que é localizada e mais profunda, a gastrite afeta toda a mucosa estomacal, mas de maneira superficial. Em geral, a inflamação é facilmente tratável, sobretudo nos casos agudos, com causa definida, não ocasionando maiores complicações.

ETIOLOGIA E SINTOMATOLOGIA

As pessoas costumam usar o termo gastrite como um sintoma, mas os episódios agudos geralmente incluem:

dor na região do estômago, 
queimação, 
azia, 
má digestão – especialmente dos alimentos mais gordurosos –, 
náuseas, 
vômitos, 
 Dispepsia;
Dores de cabeça;
Mal estar.
 
nos casos mais graves, sangramento perceptível no vômito e nas fezes, que ficam escurecidas com a presença de sangue. Na gastrite crônica, a pessoa pode ter apenas sensação de saciedade após uma pequena ingestão de alimentos, porém esse quadro não apresenta sinais clínicos evidentes na maioria das situações
          A gastrite aguda costuma ter uma origem bem clara, como o uso de medicamentos – a exemplo do ácido acetilsalicílico, dos corticóides e de outros antiinflamatórios –, o consumo de bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou proposital de substâncias corrosivas. Esses episódios igualmente podem ser provocados como resposta a uma infecção gastrointestinal causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. 
        Além disso, podem surgir como complicação secundária de grandes cirurgias, lesões traumáticas, queimaduras extensas e infecções generalizadas. Já a gastrite crônica se origina principalmente como reação à presença do Helicobacter pylori na mucosa gástrica, a mesma bactéria que desencadeia a grande maioria das úlceras pépticas. A inflamação crônica ainda pode ter causas mais raras, como a gastrite auto-imune que evolui com atrofia da mucosa gástrica, e o refluxo constante da bile presente no duodeno para o estômago.

A gastrite pode ser causada por diversos fatores diferentes.
• Helicobacter pylori: essa bactéria tem a capacidade de viver dentro da camada de muco protetor do estômago. A prevalência da infecção por esse microorganismo é extremamente alta, sendo adquirida comumente na infância e permanecendo para o resto da vida a não ser que o indivíduo seja tratado. A transmissão pode ocorrer por duas vias: oral-oral ou fecal-oral. A gastrite não é causada pela bactéria em si, mas pelas substâncias que ela produz e que agridem a mucosa gástrica, podendo levar a gastrite, úlcera péptica e, a longo prazo, ao câncer de estômago.
• Aspirina: o uso de aspirina e de outros antiinflamatórios não-esteróides podem causar gastrite porque levam à redução da proteção gástrica. Importante ressaltar que esses medicamentos só levam a esses problemas quando usados regularmente por um longo período. O uso de corticóide por longo período também pode levar a gastrite.
• Álcool: pode levar à inflamação e dano gástrico quando consumido em grandes quantidades e por longos períodos.
• Gastrite auto-imune: em situações normais, o nosso organismo produz anticorpos para combater fatores agressores externos. Em algumas situações, entretanto, pode haver produção de anticorpos contra as próprias células do organismo, levando a vários tipos de doenças (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, diabetes mellitus tipo 1). Na gastrite auto-imune, os anticorpos levam à destruição de células da parede do estômago, reduzindo a produção de várias substâncias importantes. O câncer de estômago também pode ocorrer a longo prazo.
• Outras infecções: a gastrite infecciosa pode ser causada por outras bactérias que não o H. pylori, como por exemplo a bactéria da tuberculose e a da sífilis; pode também ser causada por vírus, fungos e outros parasitas.
• Formas incomuns: são causas mais raras. Temos as gastrites linfocítica e eosinofílica; a gastrite granulomatosa isolada; e a gastrite associada a outras doenças como a sarcoidose e a doença de Crohn.
• A gastrite aguda também pode ocorrer em pacientes internados por longo período em unidades de tratamento intensivo, em pacientes politraumatizados e em grandes queimados.


 Obs.: Quando a gastrite persiste, evolui para uma úlcera gástrica.
 
 TIPOS DE GASTRITE
 
1) Gastrite Aguda
2) Gastrite Crônica

Gastrite Aguda
               
 Gastrites agudas permitem uma abordagem mais simplificada, por serem de aparecimento súbito, evolução rápida e facilmente associadas a um agente causador:
  • Medicamentos, infecções e estresse físico ou psíquico podem levar a uma gastrite aguda.
  • Ácido acetil-salicílico (aspirina, AAS), antiinflamatórios não esteróides, corticóides, bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou suicida de certas substâncias corrosivas são exemplos de agentes agressores.
  • Alimentos contaminados por germes, como bactérias, vírus , ou por suas toxinas são causa freqüente de inflamação aguda do estômago, como parte de uma infecção , genericamente conhecida como gastroenterite aguda.
Situação bastante conhecida é a hemorrogia digestiva superior aguda, com vômitos e evacuações com sangue . Deve-se lembrar que o vômito apresenta como característica a cor vermelha "vivo", ou a presença de coágulos , o que se denomina hematêmese . Em relação à evacuação, como este sangue é digerido por bactérias no decorrer do trânsito intestinal, este se apresenta de cor enegrecida e com odor forte, chamado de melena . No entanto, nos casos em que ocorre um sangramento muito intenso, não há tempo para que ocorra a digestão deste sangue, e desta forma a evacuação também se caracteriza pela eliminação de sangue vermelho "vivo".
A hemorragia digestiva pode ocorrer como complicação de situações graves como o estresse pela longa permanência dos doentes em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em períodos pós-operatórios, em pacientes com queimaduras em extensas áreas do corpo , em politraumatizados ou em pacientes com infecção generalizada (chamada de septicemia).

Gastrite Crônica

Em relação à gastrite crônica, também, existe muita confusão, principalmente no que se refere aos sintomas e à relação com os agentes causadores. Sabe-se que a bactéria Helicobacter pylori pode determinar uma gastrite crônica. Esta bactéria vive muito bem em ambientes ácidos, como é o caso do estômago. No entanto, o Helicobacter pylori leva à destruição da barreira protetora que reveste a mucosa do estômago , permitindo que o ácido gástrico agrida a própria mucosa gástrica, o que leva à inflamação da mesma, caracterizando a gastrite. Como a infecção pela bactérica é crônica, a inflamação também segue este padrão. Na gastrite crônica atrófica, situação em que diminuem muito as células da mucosa do estômago, existe considerável redução na produção do ácido gástrico, que é importante para a "esterilização" do que ingerimos e para a digestão dos alimentos. A gastrite atrófica deve ser vista com atenção pelo médico e paciente, já que a evolução desta forma de gastrite para a atrofia gástrica, está relacionada com o aumento da incidência de câncer de estômago. Por vezes, a bile que o fígado descarrega na porção inicial do intestino delgado (chamado de duodeno), reflui para o estômago, causando inflamação crônica.

Por deficiência de absorção de Vitamina B12 e ácido fólico , pode ocorrer anemiamanifestada por:
  • Fraqueza
  • Ardência da língua (glossite)
  • Irritação dos cantos dos lábios (comissurite)
  • Diarréia
  • Mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica.

 

 
 EXAMES E DIAGNÓSTICO
 
Com o conjunto de sintomas e a história do indivíduo, o médico pode suspeitar da gastrite. Contudo, a confirmação da doença depende da realização de uma endoscopia digestiva alta, exame que visualiza a mucosa gástrica por meio de um tubo flexível – endoscópio – introduzido pela boca . Além da visão direta, esse método permite a realização do teste de urease, que consiste na análise de um fragmento pequeno da mucosa gástrica para pesquisa direta da presença do helicobacter, ou da biópsia com exame anatomopatológico, para verificar o grau de inflamação da mucosa e a natureza de suas alterações – se benigna ou maligna .


 
 
TRATAMENTO
 
No tratamento da gastrite devem-se eliminar os condimentos, a pimenta, o álcool, o café, as aspirinas e as frituras.Recomendam-se alimentos como a farinha de cereais e plátano, assim como alguns alimentos neutros como ovos duros, batatas cozidas em água, sopas de massa e galeto.Recomenda-se fazer várias refeições pequenas em lugar de poucas e abundantes.
 
Tratamento Natural
 
É sabido por muita gente que o gel de alo vera (babosa) em seu estado puro é altamente cicatrizante, bactericida, fungicida, viriscida e renegerador celular. O que não se sabia, e que pesquisas recentemente divulgadas comprovaram, é que alguns poucos tipos de aloe vera podem ser ingeridas e levar todas essas propriedades para o nosso organismo. Desde modo, concluiu-se que a aloe vera em forma de suco puro e estabilizada é capaz de recuperar rapidamente as paredes do estômago e intestino, levando ao fim o sofrimento da gastrite e da úlcera gástrica.
 
O tratamento da gastrite é direcionado pela causa. Entretanto, alguns medicamentos são utilizados para a melhora dos sintomas enquanto se trata a causa específica. O paciente deve evitar o uso de medicamentos como a aspirina e outros antiinflamatórios não-esteróides, bebidas alcoólicas e cigarro.

O tratamento da infecção pelo H. pylori pode ser bastante difícil em alguns pacientes, e não é raro que ocorra a reinfecção. Esse tratamento não é indicado de rotina em todos os pacientes, sendo reservado para aqueles que apresentam úlcera péptica ou linfoma gástrico. Neles, o tratamento é realizado com antibióticos, medicamentos que reduzem a secreção de ácido pelo estômago e também com agentes protetores da mucosa gástrica.

Na gastrite induzida por medicamentos, geralmente a suspensão do agente suspeito leva à resolução do quadro. Associado a isso utiliza-se medicamentos para melhora sintomática. Em alguns tipos de gastrite pode ser necessário o uso de corticóide, para conter o processo inflamatório e prevenir complicações.
Nos pacientes hospitalizados, em unidade de tratamento intensivo, politraumatizados e grandes queimados, o desenvolvimento de gastrite aguda pode ser dramático. Por isso, neles, é feita a prevenção do desenvolvimento da doença, com o uso de medicamentos que reduzem a produção de ácido, pelo estômago.

Os medicamentos utilizados para melhora sintomática podem atuar melhorando o esvaziamento gástrico ou reduzindo a secreção de ácido. Os que melhoram o esvaziamento gástrico são os chamados pró-cinéticos, que reduzem a estase alimentar no estômago e auxiliam na digestão, como por exemplo, a metoclopramida e a bromoprida. A redução da secreção de ácido é eficiente para combater a dor e a azia, e pode ser feita com medicamentos de dois grupos:
• Antagonistas de receptores H2: cimetidina, ranitidina. São também usados para a prevenção da gastrite aguda nos pacientes hospitalizados.
• Inibidores da bomba de prótons: omeprazol, lansoprazol, pantoprazol.
Outros medicamentos que podem ser usados, eventualmente, são os protetores da mucosa gástrica, como o sucralfato, por exemplo.
 
 
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